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Dezembro | Verso e Prosa com Atevaldo Rodrigues


DEZEMBRO

De repente, surgia uma arvorezinha verde no canto da sala,
bolinhas coloridas balançavam presas por fios dourados.
O velho Semp, herança do meu avô, começava a tocar canções com sons de sinos.
Eu sabia, estava chegando o tempo da manjedoura.
Manjedoura, era assim que minha mãe chamava os bonequinhos...

Depois, descobri um outro nome: presépio.
Achei um nome indigno.
Manjedoura sim, era um nome digno.
Lembrava casa, família, comida, 
lembrava amor.
Era o tempo em que minha mãe contava a história de uma fuga para o Egito.
Eu imaginava o Egito como a mata de marmeleiro atrás do cemitério velho.

No íntimo, eu sabia, tinha chegado dezembro
e com ele, o tempo em que sempre aparecia um corte de viscose.
Minha mãe fazia vestidos para as meninas
e com as sobras do pano, calções para os meninos.
Tudo estampado, tudo lindo.

Havia um dia em que o almoço era frango desfiado com pimentões coloridos.
O arroz vinha com umas sementinhas verdes.
Eu contava uma a uma, antes de comer.
Muito tempo depois, descobri que se chamavam ervilhas.

Um dia, eu ouvi sobre um papai Noel.
Minha mãe cortou logo: existe não meu filho.
É história que branco conta pra enganar os filhos.

Escrito por Atevaldo Rodrigues
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