Foto: Stefano Rellandini / Reuters |
O papa Francisco afirmou neste sábado que se pode falar
atualmente de uma terceira Guerra Mundial que acontece "em partes,
mediante crimes, massacres e destruições" e invocou a paz para deter a
"loucura" bélica.
O pontífice fez estas afirmações durante a homilia
pronunciada no cemitério militar de Fogliano Redipuglia, que visitou
para lembrar os soldados mortos na Primeira Guerra Mundial por ocasião
de seu centenário, e as vítimas de todos os conflitos bélicos.
"Hoje, após o segundo fracasso de uma guerra mundial,
talvez possamos falar de uma terceira guerra combatida 'em partes', com
crimes, massacres, destruições", afirmou.
Francisco disse que a guerra é "uma loucura que cresce
destruindo e estragando tudo, até a relação entre irmãos e o mais
formoso que Deus criou, o ser humano".
Também lembrou que hoje em dia há muitas vítimas porque
"na sombra" convergem "interesses, estratégias geopolíticas e ganância
por dinheiro e poder", que frequentemente encontram justificativa na
ideologia.
Ele criticou a indústria armamentista, "que parece ser
tão importante", e a rotulou, junto de outros fatores, de
"planificadores do terror" e de "organizadores do desencontro".
O papa também fez uma declaração contra a indiferença ao
lembrar a resposta de Caim ao ser perguntado por Deus pelo paradeiro de
Abel: "A mim me importa? Acaso sou eu o guarda do meu irmão?".
"Com
coração de filho, de irmão, de pai", o papa pediu que a humanidade
passe desse "A mim me importa?" para "o pranto, a reação contra o
belicismo porque a humanidade tem necessidade de chorar, e esta é a
hora".
Fogliano Redipuglia é uma cidade do nordeste da Itália
próxima à fronteira com a Eslovênia que teve um dos mais violentos
fronts da Primeira Guerra Mundial.
Ali estão dois cemitérios em que jazem combatentes dos
dois lados em conflito naquele front: o império austro-húngaro e a
Itália.
A intenção do papa foi a de invocar a paz e orar pelos
caídos em todos os conflitos bélicos e simbolicamente visitou os dois
cemitérios para honrar os soldados mortos de todos os lados.
Em seguida ele celebrou a missa no sacrário de
Redipuglia, uma colossal arquibancada de pedra coroada por três
cruzamentos construída a mando de Benito Mussolini em 1938 e que hoje em
dia constitui o maior monumento aos caídos de guerra de todo o país.
Fonte: Portal Terra
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