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Historia de Chaval



Nesses parágrafos iremos apresentar parte da história dessa pequena cidade cearense, conhecida como a Cidade das Pedras: nossa querida Chaval.

Os primeiro habitantes
Localizada no extremo norte do Ceará, nascida entre pedras gigantes, cercada por água e salgados, Chaval foi primitivamente ocupada pelos índios Tremembés, que viviam da caça e da pesca e dominavam a extensa faixa litorânea que vai de Camocim até além de Parnaíba.

Em meados de 1873, Chaval recebeu mais povoadores: Padre Antônio Carneiro e sua família.

O escritor Caio Passos nos conta que no dia 29 de março de 1866, o padre Antônio Carneiro da Cunha Araújo tomou posse como vigário da Freguesia de Santo Antônio do Ibuaçu, do município de Granja. Logo após, ingressando na política como Chefe do Partido Liberal naquela região, conseguiu eleger-se deputado, tendo grande atuação na Assembleia Provincial. Com o passar do tempo tornou-se alvo das perseguições de seus adversários e, após sofrer amarga ingratidão de seus paroquianos, abandonou por volta de 1873 a então próspera vila de Ibuaçu e mudando-se com toda a família e amigos mais chegados para um sítio pedregulhoso, na foz do rio Timonha, conhecido como Salgado do Ibuaçu. Alí foram improvisadas as moradias dos migrantes e levantada uma capela sob a mesma invocação de Santo Antônio. Esse sítio repleto de rochas era Chaval e assim estava fundada a pequena aldeia.

Padre Antônio Carneiro chegou acompanhado de seus pais, Joaquim Carneiro da Cunha, sua mãe dona Francisca Joaquina do Nascimento, familiares e serviçais. Eles se localizaram no lugar conhecido por Bosque Velho, abeirando o salgado. Uns dedicaram-se à exploração de sal marinho e outros à lavoura e pecuária. Padre Antônio Carneiro da Cunha Araújo possivelmente já conhecia o lugar devido suas andanças pela freguesia de Amarração.

A localização das moradias de Padre Antônio Carneiro, sua família e de todos que moravam em Chaval naquela época é o curioso motivo pelo qual a nossa Igreja Matriz tem sua frente apontada para a direção do Bosque. Afinal, nada mais lógico do que construí-la com sua frente para o lado onde haviam mais pessoas morando. Com o passar do tempo nossa cidade cresceu para o outro lado e o posicionamento da igreja gera curiosidade até hoje, muitos acham que ela foi “feita do lado errado”

Padre Antônio Carneiro e seus familiares, primeiro fixaram-se no local, construindo casas, produzindo plantações e salinas, e depois compraram as terras. O atual patrimônio do município, foi comprado pelo padre fundador pela quantia de seis mil oitocentos e cinquenta réis, moeda corrente na época.

Segundo Caio Passos, devido a seca de 1877 que atingiu toda a Capitania do Ceará, o padre Antônio Carneiro resolve pedir junto às autoridades imperiais na Capital da Província, Fortaleza, ajuda para construção de açudes no povoado, sendo construído dois açudes pequenos, denominados Cruzeiro e Oliveira. Posteriormente, por volta dos anos 50 do século XX, Monsenhor Carneiro e os demais administradores da cidade se preocuparam em angariar recursos para construção de outros açudes na cidade.

Seis anos depois da chegada dos primeiros colonizadores, foi erguido a primeira construção de uma capela em homenagem a Santo Antônio, que foi escolhido pelo padre Antônio, santo de seu nome e de sua devoção.

A primeira capela de Santo Antônio foi erguida por volta de 1874. Nos anos de 1925, devido ao crescimento demográfico local foi preciso demolir a primitiva capela para construção, no mesmo local, de um templo maior. No ano de 1940, Chaval tornando-se sede paroquial, Monsenhor Carneiro idealiza a construção de uma nova

1950, marcou uma nova fase na cidade, trazendo algumas mudanças no setor religioso, com a inauguração da nova Matriz de Santo Antônio, no setor social, com a inauguração da iluminação pública, no setor econômico com o desenvolvimento das salinas e nos setor político com sua emancipação. Sobre a iluminação pública instalada, um detalhe interessante é que às 21h soava  o primeiro sinal para todo mundo ir para suas casas. Às 21h30 outro sinal soava e às 22h as luzes se apagavam.
CRIAÇÃO DA PARÓQUIA DE SANTO ANTONIO A paroquia de santo Antônio de Pádua de Chaval foi criada em 30 de setembro de 1938 pelo bispo de Sobral Dom José Tupinambá da Frota desmembrando parte da freguesia de São José – Granja e Bom Jesus dos Navegantes – Camocim. Teve como primeiro pároco o padre José Carneiro.
Em 10 de novembro de 1940 houve a benção da pedra fundamental da nova igreja matriz de Santo Antônio de Chaval. O Mons. José Carneiro benzeu a imagem de São Vicente em 1944, doada pelo Sr. José Filomeno de Morais, membro da irmandade vicentina. Em 15 de outubro de 1944 foi benta a imagem do Sagrado Coração de Jesus; oferta do Apostolado da Oração. Também nesse ano, no dia 19 de novembro deu-se a benção da capela da passagem, cujo padroeiro é São Francisco e em seguida deu-se a benção da Imagem de São Francisco seu padroeiro.
Em 1953 houve uma terrível seca onde secaram toas as reservas de água e na sede do município de Chaval faltou água por completo. De 22 à 28 de agosto de 1954 aconteceu uma peregrinação com a Imagem de Nossa Senhora de Fátima.
A gruta de Nossa Senhora de Lourdes foi construída pelo padre João Batista Araújo; coadjutor do Mons. Carneiro. A sua benção aconteceu no dia 4 de dezembro de1954. Esta data marca o centenário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição. O festejo na gruta ficou determinado de 17 a 27 de novembro, por conta da festa da medalha milagrosa.

Do alto da “pedra da gruta”, como é conhecida pela população, avistamos as belezas naturais da cidade, e percebemos o quanto a cidade cresceu.
Em 1955 deu-se a criação do Município de Chaval, pela lei Nº 1.153, de 22 de novembro de 1951. Em janeiro de 1962 deu-se a benção da pedra fundamental do patronato Mons. Carneiro. No dia 24 de fevereiro de 1965 chegaram à Chaval as Irmãs Josefinas para residirem no Patronato e em 1969 as Irmãs deixam a paróquia de Santo Antônio. Em fevereiro de 1976 chegam em Chaval as Irmãs dos Adoradoras da Santíssima Trindade (Irmãs dos Anjos). Desde a sua fundação as atividades pastorais, bem como o acompanhamento espiritual dos fieis foram assistidos por um total de 19 párocos.

LISTA DOS PÁROCOS 01. PE. Antonio Carneiro da Cunha Araújo - 24/09/1853 (fundador de Chaval) 02. PE. Monsenhor Carneiro - primeiro vigário de Chaval de 29/01/1939 a 1952. 03. PE. Otalício Carneiro de Vasconcelos (cooperador) de 1950 à 1951. 04. PE. João Batista de Araújo (cooperador) de 1953 à 1957. 05. PE. Eudes Fernandes de 1957 à 1964. 06. PE. Odilon Marinho de Pinho de 1964 à 1973. 07. PE. José Aristides Cardoso em 1975. 08. PE. Frei Felipe Coco de 1976 à 1977. 09. PE. Amadio Vitali 1979 à 1994. 10. PE. Antonio Claudio de Oliveira de 1995 à 1999. 11. PE. José Olivio de Oliveira de 1999 à 2001 12. PE. Jandir Machado de 2001 à 2003 13. PE. Wilson Pereira da silva de 2003 à 2005 14. PE. Genival Viana Porto de 2005 à 2006 15. PE. Raimundo Nonato Lúcio de 2006 à 2007 16. PE. Manoel Pereira Gomes de 2007 à 2011. 17. PE. Manoel Raimundo da Silva de 2011 à 2013 18. PE. José Olívio Oliveira de 2015 à 2018 19. PE. José Erlando de Sousa Carvalho a partir de 2018.

A emancipação de Chaval
A indústria do sal trouxe certo desenvolvimento para a cidade, e com esse desenvolvimento veio o interesse de alguns populares pela emancipação do local. Segundo Caio Passos, o padre, agora Monsenhor Carneiro da Cunha, mantinha laços de amizade, e também políticos, com Murilo Rocha Aguiar, Deputado Estadual natural de Camocim, em uma de suas conversas, solicitou ao amigo Deputado que ele, junto a Assembleia Legislativa do Ceará, lançasse um projeto de lei que emancipasse Chaval.

A Assembleia Legislativa aprovou o projeto de emancipação política do Município do deputado e no dia 22 de novembro de 1951, o governador do estado do Ceará, Dr. Raul Barbosa, sancionou a Lei nº 1.153, criando o município de Chaval, desmembrando de Camocim, a sua área territorial. Por eleição popular, realizada em 1954, foi eleito seu primeiro Prefeito Municipal, o cidadão Francisco Thiers Carneiro, que tomou posse perante a Câmara Municipal, em 25 de Março de 1955, tendo como primeira dama do Município, a senhora Isabel Alves Thiers Carneiro.

A origem do nome da nossa querida Chaval tem várias versões.
 
Versão 1 - O molho de Chaves
Segundo reza a história, foi encontrado no Lagamar um molho de chaves de ferro, que segundo os antigos, foram perdidas por barcos holandeses que trafegavam pelas costas do Ceará e Maranhão. Diante desse achado, os moradores do local decidiram chamar o nosso lugar de Chaval. Outra versão, afirma que essas chaves foram deixadas pelos índios que habitavam a região.

Versão 2 - Fechamento de território
Outros afirmam que “Chave” era a expressão de fechar um território e abrir um ponto estratégico para o inimigo e ser um reduto de sal marinho, designou-se assim a palavra Chaval.

Versão 3 - Variações linguísticas
Também existem defensores de que a palavra de origem latina “chavasco”,que significa terra agreste, mal pronunciada pelos sertanejos sem estudos, teria dado origem a “Chaval”, e com o passar dos anos a palavra original fora esquecida. Porém algumas pessoas defendem a ideia de que a origem deve-se a palavra “cheval”, cavalo em francês, ou fazenda “Cheval”, uma homenagem talvez à uma fazenda de criação de cavalos que deu origem à Chaval.

Segundo o Poeta Tadeu Durval, Santo Antonio de Ibuaçu foi o primeiro nome de Chaval, pois o padre veio de Ibuaçu e resolveu homenagear. O Poeta também contou o seguinte para a historiadora Neyci Sotero “inventaram de fazer uma roça, fizeram uma roça, pegando o lado da biquara, por lá aculá tudinho, foram até perto do mercado, foram ate mais adiante, quando queimaram a roça, plantaram, quando o mato tava bom de capinar foram capinar acharam uma penca de chave, doze chave, lá onde hoje em dia é a praça ali

Esse texto foi produzido para servir de base para pesquisas escolares. Sua produção foi baseada na obra do Escritor Caio Passos e no riquíssimo artigo da historiadora chavalense Neycikele Sotero.

Caio Passos: Monsenhor Carneiro – sua vida, sua obra. S. l.: s.n. 1980. Paulo: Cortez, 2004.
Neycikele Sotero Araújo: Artigo - Entre rios e monólitos eis que surge a cidade de Chaval-Ce
Site da Diocese de Tianguá

Lista de todos prefeitos Municipais de Chaval:

1º-Francisco Thiers Carneiro (1955)
2º-Epitácio Brito de Oliveira (1959)
3º-Libório Adrião de Araújo (1963)
4º-Francisco  ngelo Sobrinho (1967)
5º-José Augusto Fontenele (1971)
6º-Francisco de Assis Damasceno Carneiro (1973)
7º-João Batista de Araújo (1975)
8º-Francisco Pereira Filho (1977)
9º-Francisco de Assis Brandão Meireles (1983)
10ºJoão Batista Paula dos Santos (1989)
11ºFrancisco de Assis Brandão Meireles (1993)
12ºPaulo Sérgio de Almeida Pacheco (1997)
13ºPaulo Sérgio de Almeida Pacheco(2001)
14ºJoércio de Almeida  ngelo(2005)
15ºFrancisco de Assis Brandão Meireles(2007)
16º Janaline Pacheco (2009)
17º Pacheco Neto (2013) 
18º Sebastião Sotero Veras 2017 até 2024
19º Carlos Emílio Magalhães Gomes (atual)

DISTRITO
Passagem do Vaz, localizado a 22Km da sede do Município.

LOCALIDADES 
Carneiro, Retiro, Boa Vista, Brasília, Lagoa do Mato, Tucuns, Cafundó, Jatobá,Pau D’arco Malhada da Areia, Salgado dos Soteros, Mocambo dos Quincas, Mocambo dos Costas, Lagoa do Mocambo, Japão, Pernambuquinho, Volta do Boi,Japão, Ilhota, Ilha do Sabóia, Ilha dos Veados, Ilha dos Preás,São João da Praia, Boa Vista, Raposa, Jatobá dos Aprígios , Pilão de Pedra, Poção,São Paulo,Remanso, Nova Olinda, Canto, Carcará, São Lino , Lima, Vereda do Lúcio, Vereda Grande e São Paulo dos Andrés.

HINO DE CHAVAL
LETRA E MÚSICA:  FRANCISCO ARAÚJO DE SOUZA

Entre as rochas de grande beleza
Banhadas de sol e de sal
E com brisas que sopram constantes
Nasceu nossa querida Chaval
Uma linda paisagem exuberante
A princesa do meu litoral.

(REFRÃO)
Mocidade, gloriosa,
Vamos todos alegres cantar
Pelo nosso torrão brasileiro
Nós iremos unidos lutar

Relembrando o passado de outrora
O presente nos faz refletir
A memória dos antepassados
Nos momentos de glórias em fim
Ombro a ombro iremos pra vitória
O futuro nos faz prosseguir.

Tua gente heróica e ordeira
Tem orgulho de avante seguir
Conduzindo o brasão da vitória
Honra e glória de um povo gentil.
Parabéns minha cidade patrícia
Pedacinho do nosso Brasil.

Mocidade, gloriosa,
Vamos todos alegres cantar
Pelo nosso torrão brasileiro ,
Nós iremos unidos lutar