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Açudes do Ceará estão com menos de um quarto da capacidade

Os reservatórios do Ceará acumulam menos de um quarto da capacidade, operando com 24,4%. É o menor percentual do ano, conforme a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Dos 149 açudes mapeados, 119 estão com volume inferior a 30%. Desses, 21 estão com menos de 1%. A previsão da companhia é que a média no Estado chegue a 20% em janeiro.

Este ano é o terceiro consecutivo no Ceará de chuvas abaixo da média. A situação é mais crítica nas regiões das bacias do Sertões de Crateús (1,2% do volume), do Curu (3,3%), do Litoral (12,7%), do Acaraú (17,2%) e de Banabuiú (11,4%) - “esses dois últimos com grandes perímetros irrigados”, lembra o chefe de gabinete da Cogerh, Berthyer Peixoto. “A região do Sertão Central mostra maior vulnerabilidade”, completa.

Conforme o órgão, entre as ações realizadas, os três pilares são operações com carros-pipa para comunidades difusas e distritos, perfuração de poços profundos e adutora de montagem rápida. “Outra iniciativa é a suspensão de novas outorgas para irrigação de culturas temporárias. O objetivo é priorizar o consumo humano”.

A Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), incluindo o Complexo Portuário do Pecém, destaca Peixoto, se encontra em segurança hídrica razoável devido ao açude Castanhão. “Se configurar a tendência desenhada pela Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos) de um ano de El Niño, ainda assim vai restar no Castanhão uma reserva, e ainda tem o Orós”, esclarece.

Apesar de descartar o risco de desabastecimento, ele alerta para a importância do uso consciente da água. Mesmo com quadra chuvosa abaixo da média e sem recarga dos açudes, “acontece o uso como se estivesse em um momento oportuno. São necessárias campanhas”.

Açudes secos

Em setembro, 15 açudes estavam com volume abaixo de 1% da capacidade, sem condições de captação de água para o consumo humano, secos ou com apenas lama no fundo, conforme O POVO noticiou no mês passado. Até ontem, a relação havia subido para 21. 

As bacias do Curu, com seis açudes, do Alto Jaguaribe e dos Sertões de Crateús, com cinco açudes cada, são as que mais concentram reservatórios secos. “Tem que esperar quadra chuvosa e buscar água nos reservatórios que têm capacidade hídrica. Essa lista vai aumentar porque tem açudes com 3% e 5%”. Peixoto esclarece que esses lugares podem ser classificados como volume morto. “Mas o percentual (para ser volume morto) depende de cada reservatório. Pode ser de 10%, de 5%”.
Informações do O Povo Online

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