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Artigo | Apanhando que nem cabeça de prego - Pádua Marques

Quando eu era pequeno, sempre ouvi dos mais adiantados em experiência e em idade que, menino que muito apanha, das duas uma: ou aprende pra vida ou fica de todo sem vergonha. Pode observar que menino que muito se deixa fazer tudo aquilo que quer acaba ficando que não vale um real quando adulto. Mas por outro lado se a ele se ensina responsabilidades, respeito e acima de tudo cumprir seus deveres e promessas, esse vai ser um homem de bem.

Mas eu fiz esse arrodeio, esse relambordo todo pra chegar ao ponto, na atual situação em que se encontra o Brasil, que, sem exageros, anda com a bunda pra cima catando lata. Eu não duvido nadinha se na hora que esta maré de dificuldades passe e a canoa chegue ao porto, mesmo com alguns arranhões no casco e ainda com alguns sobreviventes, se o Brasil, seus empresários e principalmente seus políticos não tiverem mudado. Mesmo que seja uma coisinha de nada.

Não é possível que depois de toda essa enxurrada detrás de casa, com esse rio levando tudo o que encontra pela frente, desde vaso sanitário, tampo de fogão, carcaça de geladeira velha, chinela japonesa, resto de cadeira, garrafa pet até grelha de fogão. Feito essa tempestade de granizo que deixa telhado de amianto cheio de buracos, essa emborcada de canoa sem remo na baía de São Bernardo, os políticos brasileiros não tomem vergonha na cara e não se afinem com as exigências da vida em sociedade democrática e republicana. 

Da mesma forma que eu acredito que na Economia, depois de toda essa nuvem escura ali pros lados da lagoa do Portinho e do Catanduvas, com de demissões na indústria, no comércio e serviços, fechando desde os grandes grupos até os de ponta de esquina da Caramuru, não apareça uma nova mentalidade empresarial no Brasil. Eu acredito que esta crise vai ser é boa e inspiradora pra que apareçam novas lideranças empresariais até melhores do que essas que estão aos poucos morrendo. Porque não dá pra acreditar que depois de toda essa guerra a gente não descubra quem são os nossos inimigos.

Eu acredito que deve aparecer de dentro, saindo dessa crise econômica, uma ou mais de uma pessoa, uma liderança que seja, com capacidade empresarial para alavancar a indústria, o comércio e os serviços e dar uma resposta de pronto ao que muito se espera. Porque neste momento o Brasil está que nem prego em madeira bem dura. Apanha na cabeça que nem diabo. Entorta todo. Enverga todo. E de tanto apanhar na cabeça fica sem ponta. E se a gente tenta a força bruta ainda é capaz de saltar e nos causar ferimentos. 

E creio que nesta altura dos acontecidos ninguém queira que fique o Brasil igual aquele prego de caibro, que pra entrar na madeira é necessária muita pancada na cabeça. E ninguém quer que o Brasil amanhã ou depois de amanhã, quando passar esse castigo, saia pelo mundo feito aquele menino que foi criado debaixo de cipó de tamarindo, em quem muito se bateu de cinto ou palmatória e que, quando adulto foi se transformar num tipo difícil e que somente a polícia pode dar jeito.

Antonio de Pádua Marques -  Escritor e Jornalista
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