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Para desarmar Jesus, precisamos amar | por Fabiano Piúba

Foto: Secult/CE

Armaram Jesus até os dentes. Conseguiram pregar em sua manta um broche em formato de fuzil, consagrando-o como um armamentista.

O “vinde a mim as criancinhas” ganhou outro sentido. Jesus põe as crianças no colo e faz um exercício forçado para que elas aprendam a criar um revólver com as mãos, apontando o dedinho indicador para um tiro. Os pais, orgulhosos, compartilham nas redes sociais.

Jesus tem suas malas. Pastores que pregam no grito enquanto enchem suas contas bancárias e ostentam a evolução material em detrimento da espiritual. Padres bélicos e capitalistas estampam armas e asneiras. Um presidente cristão vai armando os cidadãos de bem.

E assim, o Jesus que pregou o amor e a solidariedade vai se tornando uma entidade bélica e violenta. Na verdade, violentada. Por isso, precisamos desarmar Jesus Cristo.

Jesus deveria andar mais com Tupã e Oxalá. Ouvir uns conselhos de sua Mãe Maria e de Iemanjá. Trocar umas ideias com Pepe Mujica e Dalai-lama. Visitar Davi Kopenawa e Ailton Krenak. Ler Conceição Evaristo e Manoel de Barros. Prosear com Demitri Túlio e Eliane Brum. Escutar Milton Nascimento e Gilberto Gil. Bater um papo reto com Elza Soares e Emicida. Ouvir Caetano e Chico Buarque. Ir num sarau de poesia na periferia. Dançar ciranda com Lia de Itamaracá, reisado com mestre Aldenir, toré com Cacique Pequena e kuarup com Raoni. Brincar com as crianças da Fundação Casa Grande. Beber um chá com os Kaxinawá e banhar-se na cachoeira com Oxum.

Mas Jesus precisa ser desarmado por dentro de suas igrejas, resgatando o sentido comunitário do cristianismo. Andar com o Papa Francisco e o anglicano Desmond Tutu. Lembrar-se do pastor Martin Luther King, Dom Helder Câmara e Pedro Casaldáliga. Conversar com Leonardo Boff e pastor Henrique Vieira. Ouvir as pastoras Lusmarina Campos e Romi Bencke. Prosear com padre Júlio Lancellotti e pastor Jamieson Simões. Ignorar o pastor Malafaia e o padre Paulo Ricardo. 

Para desarmar Jesus, precisamos amar. Amar e não armar. Amar uns aos outros como Ele nos ensinou. Ele que não está acima de tudo e sim no meio de nós, como dizia minha avó. Leia o texto na íntegra no O POVO

Fonte: O Povo/ Fabiano Piúba



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