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Chico Dondon, o sábio andarilho

Chico Dondon - foto/reprodução

Um andarilho que sempre passava pela casa de minha avó no Poção (zona rural de Chaval/CE) e permanecia por horas dialogando sobre coisas aleatórias. Um misto de 'louco' e sábio, se fazia em sua áurea e sua figura mítica entrava no folclore da zona rural daquela região pelos idos dos anos 90 e o conhecíamos por Chico Dondon. Uma vaga lembrança dele permanecia em mim e, vez e outra, queria escrever algo sobre ele, no entanto, eu tinha pouca informação a respeito, ainda assim, no início desse ano o imortalizei num trecho de um poema (livro inédito). Nesta última sexta-feira, 09 de julho, tive a felicidade de ler, na rede social facebook, um post sobre esse andarilho. Fiquei maravilhado com as informações, logo entrei em contato com referido autor do texto que é da família de Dondon, assim, reproduzo as palavras na íntegra de Zé Maria Cardoso:

Francisco Cardoso de Brito (Chico Dondon) nasceu em abril de 1924 na localidade Melancias-Tabuleiro da Onça, cercanias de Estreito dos Martins (Granja/CE) e era filho de Antônio Cardoso irmão caçula de Salustiano Cardoso de Moraes patriarca e fundador do Carneiro do Piauí e de dona Maria Virgínia de Brito Cardoso (tia Dondon)da família Real.

Durante toda infância e adolescência parecia ser uma pessoa normal, aprendeu ler e escrever, no entanto, era portador de uma doença rara e desconhecida na época: 'fadiga mental' e por conta disso foi acometido com fortes distúrbios de natureza mental.
Desde então começou uma vida de andarilho, percorreu quase todo o município de Granja e Chaval além de boa parte do Piauí, sempre caminhando a pé, carregava um saco às costas onde recolhia donativos não perecíveis como feijão, farinha os quais vendia para sua sobrevivência além de um cacete e um pife. Dondon trazia consigo um velho crucifixo e vários anéis dos dedos.


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Hospedava-se onde chegava e ali fazia suas refeições. Dormia muitas vezes no chão, conversava sozinho, vestia-se com várias roupas, quase não banhava, mais gostava de tocar pife (instrumento de sopro) contava história de Trancoso e recitava literatura de cordel. No entanto, tinha seu lado romântico. Apaixonou-se por várias moças, não sendo correspondido por nenhuma. Pediu aos pais várias moças em casamento e a resposta sempre era um “NÃO". Uma vez chegou apanhar por tamanha pretensão.

Chico Dondon sempre carregava um saco consigo e, que ao leitor não passa despercebido, "TODA sua "riqueza" estava naquele saco o qual não se afastava em nenhum momento, até pra fazer suas necessidades levava consigo e à ninguém confiava seus cuidados.

Era católico praticante e seguidor dos preceitos de Deus. Morreu no dia 16 de agosto de 1997 com 73 anos sem realizar seus dois maiores sonhos: casar e ser deputado estadual.

Informações: Zé Maria Cardoso



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