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Onde Araras choram e Hienas grasnam | por Gustavo Rosal


O grande professor Pierluigi Piazzi, em um livro didático sobre neurociência, disse algo como: quem não lê quarenta livros por ano, é semianalfabeto.

Quem sou eu para discordar. Eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, tantas vezes inerte diante do nada absolutamente sedutor de um feed de Instagram. Eu não posso argumentar com o homem.

É certo que jamais li quarenta livros em um ano. Por isso o meu cérebro é este “estrogonhoque”, onde araras choram e hienas grasnam. Escrevo e não sei de crases, regências ou de tal verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo. E se “soubesse”, seria menos semianalfabeto ou menas?

Claro que o quarenta, aqui, não tem um rigor religioso; significa muito. Ler muito. Conheço doutores que não leem muito. Doutores de doutorado. Semianalfabetos, coitados. Conheço doutores de OAB e ainda conheço os doutores de segundo semestre do curso de Direito, que se consideram alfabetizados e “um pouco mais”. Tipo comum, sem privilégios entre universidade pública e privada.

Mas professores, tenho vergonha e um pudor imenso. Portanto, penso em estratégias. Vejamos, eu poderia revitalizar minha boina azul. Deixá-la pender sobre um dos olhos. Conservar as barbas mais mal cuidadas, ouvir música erudita e, se perguntarem, fingir distinção, mas torcer para que perguntem. Também, claro, poderia elevar a minha aura intelectual com o cheiro inesgotável de cigarros mentolados. Fazer cara profunda, de quem viu Nietzsche e cita abismos com os olhos. Depois de todo o ritual, terei mais uns pontinhos de Q.I.?

Poxa, parece que os livros são mesmo o caminho.


Gustavo Rosal. 
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