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Os 'Veras' no litoral extremo oeste do Ceará | por Vicente de Paula Araújo Silva




Ontem, 27 dez 2022, véspera de eu estar completando 79 anos de idade, convidei a minha esposa Iraci e as filhas Viceane e Viviane, para passarmos nos lugares donde as minhas avós cearenses, fugindo da estiagem que assolava às terras onde nasceram, vieram morar na Parnaíba, no findar dos anos 1800 e início de 1900. Convite aceito, partimos pela manhã cedo e por volta das 7h00, já estávamos em Chaval [terra de meu avô Clarindo Hilário da Silva-família dos Honoratos].Daí, continuamos até Araras, município de Barroquinha, onde se concentrou a miscigenação euro-índia na região litorânea extremo-oeste do Siará-Grande. Lá estivemos com o casal Carmelita e Francisco da Rocha, ela descente do ramo familiar de Joanna Alves da Costa [mãe do meu pai Ição] ,que era prima de Gonçala Ferreira Veras [mãe de minha mãe Maria das Dores], que com o seu esposo Francisco Aldenor Rocha, contaram muitas estórias, de ouvir contar, a respeito dos nossos antepassados. Continuando o roteiro previsto, chegamos a residência de Giocunda Veras, filha de Francisco Barroso Veras [primo de minha avó Gonçala] na praia de Bitipitá, onde nas proximidades existiu a o lugar Almas [sede da Fazenda de Victorino da Costa Ferreira de Veras, patriarca da família na região, donde fomos almoçar em um excelente restaurante na linda Praia das Curimãs. A última visita aos lugares de onde vieram os meus avós cearenses, foi ao lugar Leitão, onde, minha avó materna Gonçala Ferreira Veras, nasceu. Lá estivemos com descendentes de Américo Veras [primo de minha avó Gonçala] onde, até poucos anos atrás, existia a salina da família, que se transformou em um projeto de criação de camarão, explorado por terceiros. Minha avó Gonçala Veras, era descendente da miscigenação de filho de Vitorino da Costa Ferreira de Veras, com Tremembés da região, onde até hoje a parentela é formada por gente loura e cabocla.

Através de uma certidão de nascimento de um sobrinho de minha avó paterna Joana, cheguei a outros seus antepassados, onde aparecem Arruda, Belchor de Carvalho, Coelho, Gregório, Pereira, e principalmente Ferreira de Veras.

A respeito dessa família, tem-se na historicidade do Siará Grande, que os irmãos João Ferreira de Veras e Antônio Ferreira de Veras, moradores em Igarassu-Capitania de Pernambuco - foram os primeiros dos membros da família Ferreira Veras a receberem sesmarias no então Siará Grande, no início dos anos 1700. Posteriormente, o Coronel Domingos Ferreira de Veras e Thomás Ferreira de Veras, se acantonaram no extremo oeste da região norte-cearense, mais precisamente entre as barras do Rio Coreaú e Igaraçu, passando pelos desagues no Atlântico dos rios Ubatuba/Timonha e Camurupim, onde ficando currais de gado e dedicando-se à pesca, deixaram numerosos descendentes, entre eles as minhas duas avós Gonçala e Joanna.

Outrossim, sabe-se que o Coronel Domingos Ferreira de Veras [o Velho], já idoso para a época, teria casado com a portuguesa Joana da Costa Medeiros, viúva do irmão Thomas Ferreira de Veras, e que Victorino Veras e Raymunda Ferreia de Veras eram seus netos, filhos do Capitão-Mor de Granja Domingos Ferreira de Veras [o moço] , varão dos 03 filhos do Coronel Domingos Ferreira de Veras [o velho], com a viúva do irmão.

A respeito do patriarca VICTORINO FERREIRA DE VERAS, tem-se : Nasceu na fazenda São João da Praia, na época termo de Granja. Hoje está dividida, através do Rio Ubatuba, nos municípios de Chaval (CE) e Luís Correia (PI). Victorino fixou residência na zona litorânea de Granja, nas terras herdadas de seu pai, fundando a fazenda das Almas. O local onde se situava a sua casa, é hoje conhecido por Almas velhas, periferia da aprazível vila de Bitupitá (município de Barroquinha – Ceará). Casou-se com Francisca Alves Pereira, filha de Manoel da Rocha Franco e de sua esposa Angélica Maria Alves Pereira, neta materna do Português João Gomes Coutinho e de dona Francisca Alvares Pereira, que foram os fundadores da Fazenda Cajueiro dos Coutinho (distrito de Adrianópolis – Granja). O casal teve oito filhos, que em acasalamentos com primos e índios nativos da região, nasceram as minhas avós materna e paterna: Gonçala Ferreira Veras e Joanna Alves da Costa e muitos outros descendentes espalhados por terras deste imenso Brasil. 

Acrescento...

A minha bisavó Maria Honorata era humilde, mas respeitada, pois era a parteira mais requisitada nos Campos e Macacal [Bairro de Fátima]. O seu filho Clarindo, era ferreiro com oficina no Porto Salgado [Porto dos Barcos e, atualmente, Porto das Barcas]. Tenho orgulho  de ser descendente  dessa gente cearense que foi bem recebida na nossa Parnaíba. 



*Vicente de Paula Araújo Silva - Escritor e Historiador 





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