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Gaby Cardozo denuncia agência de talentos por abusos trabalhistas, psicológicos e xenofobia

A cantora cearense gospel Gaby Cardozo e a família estão denunciando uma agência de talentos de São Paulo por abusos trabalhistas, financeiros e psicológicos, e xenofobia. A adolescente de 17 anos foi revelada em um programa de calouros da televisão brasileira em 2023 e, desde que mudou para São Paulo, vive momentos delicados.

"Tenho uma história muito grande com a música desde pequena. Com 16 anos, comecei a participar de concursos. No programa (de calouros) tive mais visibilidade, muitas gravadoras me procuraram. Uma delas é a Way Entertainment, que prometeu muitas coisas", disse Gaby ao g1.


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Chegando a São Paulo, no entanto, a realidade foi diferente do que a família imaginava. A rotina ficou mais pesada e ao mesmo tempo o dinheiro foi desaparecendo. Conforme documento obtido pelo g1, Gaby começava a trabalhar às 9h e só terminava à meia-noite.

Procurada, a Way Entertainment respondeu que a denúncia "é completamente infundada".

"A artista busca se escusar das suas responsabilidades contratuais. A busca pela tentativa de rescisão partiu da própria artista e da família. De maneira extrajudicial foram tentadas várias formas de transação, contudo todas as propostas de composição foram recusadas pela família da artista. A empresa sempre se manteve aberta para o diálogo", disse a empresa, em nota.

Sobre as acusações de xenofobia pela jovem ter saído do nordeste, a empresa disse que "isso nunca existiu". "Não faz nenhum sentido. A empresa não teria feito um investimento tão vultuoso na carreira da artista e teria esse posicionamento."

'Vendemos tudo'
Mesmo tendo 17 anos Gaby Cardozo trabalha com acompanhamento da família. Após a oferta de um contrato, ela se mudou do Ceará para São Paulo, acompanhada de familiares. "Com essa promessa de viver o sobrenatural de Deus, vendemos tudo no Ceará, perdemos tudo. Chegando aqui, eu não vivi nada disso. Tive que fazer tratamentos psiquiátricos e psicológico. Com isso, a gente recorreu a um escritório de advocacia", reforçou Gaby.

De acordo com o advogado do caso, Jorge Umbelino, a história explodiu há pouco menos de um mês. Após fazer sucesso no programa musical no fim do ano passado, a gravadora fechou um contrato com a Gaby para ela gravar um álbum.

"Paralelamente a isso, pessoas de uma agência de talentos dessa gravadora também firmaram contrato. Era uma exclusividade na exploração desse ativo artístico dela", disse Jorge ao g1.

Em São Paulo, Gaby relatou que foi 'exposta a um ambiente de trabalho muito complicado e duro para ela'.
"Ela tinha que gravar várias músicas, fazer muitos shows, mas não tinha muita transparência dessas marcações de shows. De repente, diziam 'você tem que cantar em local tal'. E sempre ganhando pouco".
Ainda conforme o representante da família, os shows passaram a se tornar mais lucrativos - menos para ela. Em média, uma apresentação de Gaby custa R$ 50 mil, mas a artista ficava com apenas 30% disso (cerca de R$ 15 mil).

Desde o fim do ano passado, Gaby também veio acumulando problemas emocionais. Com a carga de trabalho mais intensa, a menina não estava conseguindo ajustar a rotina.

"O que mais chocou ela é que por serem nordestinos, terem um sotaque diferente, a agência queria que ela mudasse o sotaque dela. Achavam que não pegava bem para a música. Ela sentia uma certa xenofobia. Gaby disse também que por várias vezes se sentia humilhada, começou a sentir uma tristeza profunda. A psiquiatra chamou os pais e disse que ela chegou a ter pensamentos contra a própria vida."

O g1 teve acesso a um documento que mostra que Gaby foi diagnosticada com transtorno de ansiedade generalizada e é acompanhada por uma psicóloga desde 18 de janeiro. Ela também toma remédio, conforme mostra uma receita.

Hoje, Gaby está afastada de suas atividades e o advogado da família tenta um acordo com a empresa. A gravadora e a agência de talentos fazem parte do mesmo grupo.

Eles tentaram sair do contrato, mas o grupo cobrou R$ 20 milhões em multa pelo rompimento - valor que não é possível de ser pago pela família.

"O pai dela procurou nosso escritório. Nós estudamos e vimos que cabia uma tutela de urgência para afastar primeiro ela do ambiente. Tivemos receio de que pudesse piorar o quadro dela. Promovemos uma ação no foro da empresa, que é lá em São Bernardo do Campo. O juiz da comarca deferiu uma liminar afastando ela e proibindo a empresa de marcar nova agenda, excluindo essa gerência sobre ela", complementou Jorge.

A negociação em relação ao valor da multa ainda precisa ser discutida. A ideia do advogado também é avaliar a ideia de uma reparação por danos morais.

"Nós vamos entrar com uma ação para romper o contrato e discutir uma reparação por danos porque ela está fazendo tratamento (psicológico)."


Desejamos que tudo fique bem, Gaby!

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