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O Eco das Sombras | Herbert Gomes Veras


Era uma noite escura e chuvosa, com raios cortando o céu e trovões ecoando como rugido distante de feras adormecidas. A pequena vila do Mucambo, aninhada entre montanhas cobertas de neblina, estava envolta em um silêncio tenso. As velhas lendas falava de uma presença sombria que pairava sobre a vila sempre que a tempestade se aproximava.

Naquela noite, um grupo de jovens decidira explorar os bosques sombrios que cercava a vila. Amanda, uma garota corajosa com longos cabelos negros, liderava o grupo. Seus amigos, Lucas Sofia e Gabriel, hesitavam, mas a curiosidade superou o medo.

A floresta era tensa e os galhos retorcidos formavam sombras dançantes a luz dos relâmpago. O grupo avançou, guiado apenas pela fraca luz das lanternas. A medida que penetrava mais fundo, o vento uivava entre as árvores, contando histórias antigas de almas perdidas e segredos enterrados.

De repente, um clarão iluminou uma clareira, relevando uma antiga mansão em ruínas, a estrutura gótica estava coberta de Hera e suas janela quebrada emitiam uma sensação de abandono. Amanda fascinada, sugeriu explorar o interior. Os outros hesitaram, mas a curiosidade causou a entrada. Assim que pisaram no saguão empoeirado, a atmosfera mudou. Um frio gélido encheu o ar, e as vozes dos amigos ecoava como sussurros distantes. Portas Rangiam ao vento, e sombra dançavam nas paredes como espectadores inquietos.

Amanda guiou o grupo através de salas sombrias e corredores assustadores. Em uma sala empoeirada encontraram um antigo espelho ornamental. Seus reflexos distorcidos pareciam sussurrar segredo do passado. Lucas, encarando o espelho, sentiu um arrepio na espinha. Uma sombra sinistra movia-se por trás de seu reflexo, uma figura que não pertencia á sala.

Amanda sugeriu que continuasse explorando, ignorando a sensação de desconforto que pairava sobre o grupo. Ao subirem a escadaria rangente, chegaram a um corredor sombrio. O eco de seus passos misturava-se a suspiros distantes, como se a própria casa respirasse. No final do corredor, encontraram uma porta entreaberta. Ao empurrá-la, depararam-se com um quarto mofado e coberto de teias de aranha. No centro, uma caixa empoeirada repousava sobre uma mesa antiga. Ao abri-la, revelaram um conjunto de velhas fotografia e cartas amareladas.

As imagens mostrava uma família feliz que, de alguma forma, parecia familiar. As cartas revelavam segredos sombrios, pactos feitos em nome de poderes além da compreensão humana. A medida que lia, Amanda sentiu uma presença invisível ao seu redor. De repente, as luzes oscilaram e se apagaram. Um grito ecoou na escuridão, mas não podia ser identificado. Quando as luzes voltaram, Sofia não estava mais lá. Desesperados, os amigos começaram a procurá-la mas a mansão parecia ter se transformado em um labirinto sobrenatural.

Cada sala que exploravam revelava mais fragmentos do passado obscuro da família que havia vivido ali. Fantasmas parecia sugerir das sombras, deixando rastros de arrepios na
espinha dos intrusos. Gabriel, consumido pelo medo, sugeriu que deixassem a mansão, mas Amanda estava determinada a encontrar a Sofia.

A medida que foram se aventurando mais fundo, a linha entre realidade e pesadelo se dissipava. Sombras tomavam forma, sussurros transformavam-se em gritos e as paredes pareciam pulsar com uma energia antiga. O grupo se deparou com uma sala cheio de coisas estranhas, escondida por trás de uma estante empoeirada. No centro da sala, um alto ritualístico estava iluminado por velas tremeluzentes. No chão, inscrições estranhas formavam um círculo. No centro desse círculo, Sofia estava desacordada. Seu rosto pálido constatava com a escuridão ao seu redor.

Amanda, horrorizada, percebeu que a presença sombria que se sentia estava agora concentrada na sala. Uma voz ecoou, revelando a verdadeira história sobre a mansão. A família que alivia a séculos havia feito pactos com força além da compreensão humana, buscando imortalidade e poder.

O grupo percebeu que o preço desse pacto era alto, e a presença sombria que os rodeava era a manifestação dos tormentos e almas perdidas. A família havia sacrificado suas vidas terrenas em troca de uma experiência eterna, presa entre as dimensões.

Ao tentar libertar Sofia do circo, sombras agarraram seus braços, tentando puxá-la de volta. A voz sinistra advertiu que o equilíbrio entre as dimensões estava frágil, e a libertação de uma alma desencadearia o caos. O grupo enfrentou um dilema impossível: salvar Sofia ou condenar a mansão e sua terrível maldição.

O eco dos gritos ecoou pelas paredes enquanto Amanda, Lucas e Gabriel tomava uma decisão. Com um último olhar para a sala sombria, onde a presença maligna retorcia-se de agonia, os amigos correndo para fora da mansão em ruínas, deixando para trás os segredos do passado. A tempestade rugia quando eles emergiram na noite escura. A mansão sumiu, engolida pelas sombras, a vila do Mucambo ficou novamente envolvida em silêncio. O grupo de amigos nunca esqueceria a experiência terrível naquela noite, mas a maldição da mansão permaneceria como um Eco distante nas sombras de sua memórias.

Os três correndo pela floresta, afastando-se da mansão e buscando a segurança da vila. A tempestade rugiu com intensidade, os relâmpagos iluminava a escuridão, e o eco dos seus passos parecia se acompanhado por sussurros inaudível. Amanda olhou para trás, mas a mansão havia desaparecida como se nunca tivesse existido. Contudo, a sensação de que algo os observava persistia.

Ao alcançarem o Mucambo, a vila parecia estranhamente deserta, as luzes nas casas tremiam, e as sombras dançavam nas paredes, como se a escuridão tivesse ganhado vida. Um arrepio percorreu a espinha dos amigos quando perceberam que a maldição da mansão não havia sido selada; em vez disso, ela se espalhara pela vila como uma praga invisível.

Ao entrar na caverna local em busca de ajuda, encontraram os moradores em um estado de transe, repetindo palavras indistintas e olhando fixamente para o vazio. A voz sinistra ecoou novamente, revelando que a libertação de Sofia tinha desencadeado uma tempestade de almas perdidas sobre o Mucambo. 



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Amanda, Lucas e Gabriel perceberam que o sacrifício na mansão havia sido apenas o início. Agora, a escolha deles teria consequência devastadoras para a vila. Em um último esforço para salvar seus amigos e familiares, decidiram enfrentar a escuridão de frente. Guiado pelos sussurros sombrios, voltaram para a floresta. A tempestade atingiu seu ápice quando alcançaram o local onde a mansão outrora se erguia. No lugar dela, uma fenda no tecido do tempo e espaço relevou uma dimensão sombria, o reino onde as almas, atormentadas vagavam sem descanso.

Sofia estava lá, presa entre as sombras, mas sua pressão agora era apenas uma das muitas. A voz sinistra sussurrou, relevando que a única maneira de salvar o Mucambo era selar novamente a fenda entre as dimensões. Mas isso exigiu um sacrifício ainda maior.

Amanda, Lucas e Gabriel olharam um para o outros com determinação. Com coração pesados, enfrentaram as sombras e começaram o ritual para selar a fenda. A medida que as palavras antigas ecoavam na escuridão, a tempestade atingir o seu ápice, relâmpagos iluminados seus rostos tensos. No momento em que o ritual alcançou seu climax, a fenda começou a se contrair. Sombras retorcidas tentavam agarrar os amigos, mas eles resistiram. O eco dos gritos das almas perdidas ficou mais alto, E então, em que um instante, o silêncio tomou conta. A fenda desapareceu, desenvolvendo a serenidade floresta e a vila.

O trio, exausto e marcado pela experiência, olhou ao redor. O Mucambo estava tranquilo novamente, como se a tempestade nunca tivesse acontecido. A voz sinistra desaparecia e o eco das sombras se dissipou. A vila despertou de seus transe, os moradores voltaram a normalidade, sem lembranças das horas sombria que havia vivido. Amanda, Lucas e Gabriel, por outro lado, carregaria a cicatrizes aquela noite para sempre. A medida em que se afastava da floresta, olhando para trás uma única vez, meio esperando ver a mansão em ruínas reaparecer na escuridão. Mas tudo o que restava era o eco distante das sombras, uma lembrança silenciosa de que, às vezes o preço da redenção é mais alto do que se pode imaginar.

*Conto vencedor do 1º Concurso Literário de Terror organizado pelo Clube Literário de Chaval e patrocinado pelo Chavalzada na categoria I (ensino fundamental II) Herbert Gomes Veras é aluno da Escola Ana Brito de Oliveira. Saiba mais AQUI

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