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Cielo arranca o peso das costas e é campeão mundial nos 50m borboleta

Em pouco mais de 20 segundos, Cesar Cielo arrancou das costas o peso de 20 dias. E chorou. Muito. Depois de passar quase um mês nadando no incômodo terreno das explicações, o brasileiro voltou a falar alto nesta segunda-feira, do jeito que mais gosta: com braçadas. Nos 50m borboleta, prova que sequer é sua especialidade, atravessou a piscina em 23s10, castigando a água do Centro Esportivo Oriental com a força de quem viu seu nome ligado ao doping ao longo do mês. Bateu em primeiro, gritou, sentou-se na raia, olhou o placar, chorou feito criança. É este o Cielo que abre os trabalhos em Xangai: absolvido pelo tribunal e novamente campeão mundial dentro d’água.
É o terceiro título mundial do nadador de 24 anos, que já havia chegado ao topo em Roma, em 2009, nos 50m e 100m livre. Em Xangai, ele também vai nadar as duas provas, suas especialidades. Na quarta-feira, volta à piscina para as eliminatórias dos 100m.
O pódio nesta segunda-feira foi completado por dois australianos. A prata ficou com Matthew Targett (23s28), e o bronze com Geoff Huegill (23s35). O francês Fred Bousquet chegou em quarto, com o tempo de 23s38.
Choro após a glória
Antes de subir no bloco de partida, Cielo mudou seu ritual. Em vez de pegar a água da piscina para cuspir, usou o líquido que estava em sua garrafa. Secou o bloco com a toalha e ficou passando o pé, preocupado em não escorregar. O resto foi o de sempre: bateu forte no peito, fez o sinal da cruz, apontou para o céu e mergulhou para o ouro.
Com tempo de reação de 0s66, esteve sempre na frente. Não chegou a abrir grande vantagem, mas dominou a prova e deixou os rivais para trás. Bateu em primeiro, quebrando o gelo de um mês em que foi visto mais de terno do que de bermuda. Não demorou praticamente nada para cair a ficha.
Cielo sentou na raia e berrou muito com braços abertos para o alto. Chorou copiosamente. Desceu da raia e ficou olhando para o placar por quase dois minutos, como se ainda buscasse a confirmação de que estava no topo do mundo outra vez. Ganhou ali o reconhecimento do público, que começou a aplaudi-lo.


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