A quadrilha que foi presa no início de dezembro por suspeita de comercialização de vagas em cursos de medicina em Minas Gerais e no Rio de Janeiro está sendo investigada novamente. Dessa vez, segundo odelegado Fernando José Lima, que presidiu o inquérito, o grupo está sendo acusado de fraude no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). O esquema teria sido montado em Barbacena, na Zona da Mata Mineira, e descoberto pela Polícia Civil nessa quinta-feira, 19.
"A quadrilha descobriu que o método de fiscalização do Enem era mais brando pela falta de detectores de metais", disse. Ainda de acordo com Fernando, os fiscais do exame no local não estavam solicitando que candidatos de cabelos longos prendessem o cabelo. Dessa maneira, o uso de escutas por pessoas que contraram a quadrilha foi facilitado.
O preço cobrado aos candidatos teria variado entre R$70 mil e R$100 mil pelas respostas, mas ainda não há um levantamento do número de pessoas que possam ter sido beneficiadas no exame. De acordo com o delegado, o candidato seria orientado a estudar para a redação, pois não havia como fraudá-la.
Segundo as investigações, o suspeito de ser o chefe da organização criminosa teria pagado R$10 mil a um fiscal da prova em Barbacena, que, nos dois dias do exame, vazou os cadernos de cor amarela para um integrante da quadrilha. O delegado acredita que isso ocorreu com agilidade, ainda no início da prova, para que as questões pudessem ser respondidas e passadas por ponto eletrônico e mensagem de celular aos contratantes da fraude.
Ainda de acordo com a polícia, o pagamento seria efetuado depois que os candidatos conseguissem passar nas universidades federais. Por isso, a confirmação das vagas só será realizada com a divulgação do resultado do Sisu. Em nota, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que, conforme previsto no edital do Enem, os candidatos que forem identificados como beneficiados pelo esquema serão eliminados.
Informações do http://www.opovo.com.br/