A Universidade de Coimbra, em Portugal, será a primeira instituição
estrangeira a usar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como
critério de acesso ao ensino superior a partir de 2014. A medida só
valerá para candidatos brasileiros. O Enem já é usado como parte do
processo seletivo de todas as universidades federais do Brasil desde o
ano passado.
Os brasileiros que usarem a prova estarão dispensados dos exames
nacionais portugueses, que funcionavam como sistema de acesso até agora.
A partir deste ano, a instituição aceitará os resultados do Enem de
2011, 2012 e 2013. Em Coimbra são oferecidas graduações como
Administração, Arquitetura, Direito, Engenharia Civil, Odontologia e
Psicologia.
As notas do exame terão pesos diferentes de acordo com o curso
pretendido, o que pode ser calculado por uma tabela de conversão de
notas. O desempenho na prova de Matemática do Enem, por exemplo, é mais
importante para os interessados em Engenharia do que para candidatos a
Direito. A mensalidade na instituição é de 700, cerca de R$ 2.150.
Segundo o vice-reitor da Universidade de Coimbra, Joaquim Ramos de
Carvalho, o Enem tem padrão elevado de qualidade e a medida promete
facilitar o intercâmbio de estudantes brasileiros. "O Enem já é o exame
de acesso de várias boas universidades brasileiras e avaliamos que
também serviria de qualificação para nossos candidatos", afirmou
Carvalho.
"Não faz sentido obrigar os estudantes brasileiros que já fizeram o
Enem a passar por outro processo seletivo difícil", disse o vice-reitor.
Atualmente, 2.059 alunos do Brasil estudam na instituição de Coimbra.
No mês passado, o governo português publicou uma lei que permite às
universidades do País criarem seus próprios sistemas de ingresso à
graduação, alternativa que não existia antes. A medida pode dar espaço
para que outras instituições portuguesas copiem a iniciativa da
Universidade de Coimbra.
De acordo com o Ministério da Educação brasileiro, ainda não há
outras universidades estrangeiras que usam o Enem como parte do processo
seletivo. A pasta ainda não confirma a data, mas estuda aplicar o exame
nos dias 8 e 9 de novembro. A última edição da prova teve recorde de
inscritos: 7,1 milhões de candidatos.
Fonte: O Estadão
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