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Poesia de Quinta | “Soneto XLVI”

Bom dia leitores! Em homenagem aos 450 anos de William Shakespeare, a série "Poesia de Quinta" apresenta um de seus sonetos: "Soneto XLVI" com a tradução do poeta Adriano Nunes.
Pablo Picasso
Shakespeare dispensa comentários, então vamos ao poema (rs) 

William Shakespeare: “Soneto XLVI” – Tradução de Adriano Nunes

Coração e olhos meus, em letal guerra,
Pretendem donos ser de teu retrato;
Longe do peito o olhar teu ser encerra,
Privando-o do seu direito de fato.

Clama o coração nele haver teu ‘spectro,
Cofre que o cristal do olhar não traspassa,
Mas o que advoga opõe-se, vê-se certo,
E diz que em si o belo há que és e não passa.

Para a pugna findar é convocada
Junta de ideias cardiodependentes
E, por voto, a fração é separada
Do terno peito, dos olhos luzentes:

Ao olhar cabe teu aspecto exteri
Ao meu peito, do coração o amor.

William Shakespeare: “Sonnet XLVI”

Mine eye and heart are at a mortal war,
How to divide the conquest of thy sight;
Mine eye my heart thy picture’s sight would bar,
My heart mine eye the freedom of that right.

My heart doth plead that thou in him dost lie,
A closet never pierced with crystal eyes,
But the defendant doth that plea deny,
And says in him thy fair appearance lies.

To ‘cide this title is impannelled
A quest of thoughts, all tenants to the heart;
And by their verdict is determined
The clear eye’s moiety, and the dear heart’s part:

As thus: mine eye’s due is thine outward part,
And my heart’s right, thine inward love of heart.

In: SHAKESPEARE, William. “The Complete Works of William Shakespeare”. London: Wordsworth Editions, 1996.

Fonte: Laringes de GrafiteVidráguas 

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