Até a primeira semana deste mês, o Ceará registrou 356 casos de sarampo. O número representa 92% dos episódios confirmados no Brasil este ano. Além do Ceará, apenas São Paulo (7) e Pernambuco (24) tiveram ocorrências da doença neste período. O total de casos no Estado já ultrapassa todos os episódios de sarampo confirmados, em 2013, em oito estados do Brasil. Hoje, o número de casos no Ceará (que no ano passado voltou a registrar a doença após 15 anos sem confirmações) é 78% maior que o contabilizado em Pernambuco, em 2013, quando foi confirmado um surto no estado vizinho. A situação é de alerta; e a Secretaria da Saúde (Sesa) pede que a população procure, imediatamente, as unidades de saúde diante de qualquer suspeita da doença.
Em 2013, o Ceará teve apenas um caso de sarampo, quando; no final do ano, um médico de 27 anos foi diagnosticado com a doença. Desde então, segundo o coordenador de Promoção e Proteção a Saúde da Sesa, Márcio Garcia, a doença, que desde 1999 não era confirmada no Estado, espalhou-se pela Capital e Região Metropolitana.
Este ano, além da Capital (128), os casos confirmados alastraram-se pela Região Norte do Estado, predominando em Massapê (92), Uruburetama (61), Sobral (39) e Forquilha (8). As suspeitas espalharam-se por 52 municípios, dos 184, sendo confirmadas em 21 cidades. Foram notificados 1.044 casos supeitos, com 356 confirmados, 590 descartados e 98 em investigação. Felizmente, não foi registrado nenhum óbito em decorrência do sarampo. Há suspeitas de mais 41 episódios em Massapê, 21 em Sobral, 12 em Fortaleza e outros em Forquilha, Coreaú, Meruoca, Mucambo, Uruoca, Ipu, Hidrolândia e Santana do Acaraú.
CASOS IMPORTADOS
O coordenador de Promoção e Proteção, Márcio Garcia, explicou que se supõe que o caso que chegou ao Ceará, na virada do ano passado, é oriundo de Pernambuco que, em 2013, registrou 200 episódios da doença. O genótipo do vírus que circula no Estado é o D8, considerado importado dos continentes europeu e africano.
O último boletim Epidemiológico da Doença, divulgado pela Sesa, no dia 5 deste mês, mostrou que, comparado ao Boletim anterior, publicado duas semanas antes, o Ceará teve um acréscimo de 49 casos da doença, sendo cinco deles em Fortaleza, 27 em Massapê, nove em Sobral, cinco em Forquilha, dois em Meruoca e um em Coreaú.
Conforme a nota, o Ministério da Saúde afirmou que “ainda não se pode dizer ao certo como houve a introdução do vírus em Pernambuco, porém, a declaração de restabelecimento de circulação do vírus do sarampo no Brasil só poderá ser feita após 12 meses com confirmações de casos de forma ininterrupta”.
AÇÕES
No Ceará, na tentativa de combater o surto, além de outras ações, a campanha de Vacinação da Tríplice Viral (VTV) foi antecipada e até o dia 25 de julho, atingiu a cobertura de 72,89% da população-alvo, vacinando 310.838 crianças, com 226.567 doses. Márcio destacou o percentual de cobertura, mas enfatizou que “o sarampo é uma doença altamente transmissível”, o que justifica ainda a atual situação de alerta. Ele acrescentou que os pais que ainda não vacinaram as crianças que têm de seis meses a menos de cinco anos devem procurar, o mais rápido possível, uma unidade de saúde para garantir a imunização.
A Sesa tem realizado ainda reuniões semanais com o Grupo Técnico do Estado, que engloba representantes da área da Saúde do Município de Fortaleza e o Núcleo Hospitalar das unidades de saúde para definição de estratégias a serem realizadas, além de manter contato semanal com representantes do Ministério da Saúde para análise da situação epidemiológica e visitas técnicas aos municípios com casos confirmados de sarampo para treinamento dos profissionais de saúde e intensificação das ações de imunização.
CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA
O sarampo é uma doença viral aguda, grave e extremamente contagiosa, que acomete pessoas não vacinadas de qualquer idade. É transmitido diretamente de pessoa a pessoa, através das secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Os principais sintomas da doença são febre, manchas vermelhas pelo corpo, acompanhados de um ou mais dos seguintes sintomas: tosse, coriza e/ou conjuntivite e sensibilidade à luz.
De acordo com a Sesa, o período de incubação do vírus se dá, geralmente, em 10 dias (variando de 7 a 18 dias), desde a data da exposição até o aparecimento da febre, e cerca de 14 dias até o início do exantema (manchas vermelhas). O período de transmissão é de quatro a seis dias antes do aparecimento dessas manchas, até quatro dias após. O período de maior transmissibilidade, conforme a secretaria, ocorre dois dias antes e dois dias após o início do exantema.
PROCEDIMENTOS
Conforme Márcio, quando há algum caso suspeito, o paciente é submetido a exames de sangue, que são enviados para o Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen), em Fortaleza. O resultado sai uma semana após o envio, segundo o coordenador. Além disso, é feito um bloqueio vacinal (com a tríplice viral contra sarampo, caxumba e rubéola) entre as pessoas (familiares, amigos e profissionais de saúde) que têm/tiveram contato com o paciente.
O tratamento da doença visa ao alívio dos sintomas. É recomendado que o paciente tenha boa hidratação, repouso durante cinco dias para evitar que outras pessoas se contaminem e alimentação saudável.
Informações do http://www.oestadoce.com.br/
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