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"ACORDA LAURINHA" Família espera há um ano bebê acordar

Em momentos de recordações, as festas de aniversários são sempre bem lembradas, principalmente a de um ano. Não importa se a comemoração foi grande ou bem simples, essa é uma data importante e marcante, afinal é o primeiro aniversário.

Para a bebê Laurinha, conhecida pela campanha "Acorda Laurinha", por permanecer em estado de coma desde que nasceu, a situação foi diferente das convencionais. Apesar de a família celebrar bastante o dom de sua existência, eles também clamam por justiça.

No último dia 6 de fevereiro, Laurinha completou um ano, esta também foi a data de morte de sua mãe, Paula Praciano, carinhosamente chamada de Paulinha. Ela sofreu um choque anafilático depois de tomar uma injeção para prevenir infecção hospitalar, que a fez passar mal e ser encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e a neném precisou ser retirada às pressas. Devido à falta de oxigênio, Laurinha possui uma grave sequela cerebral.

Desde o ano passado, sua família pede justiça pelo falecimento de sua mãe. Em maio de 2014, seus parentes iniciaram uma movimentação para juntar provas contra o obstetra em questão. "Conversamos com advogados para fazermos tudo com bastante embasamento. E, de lá para cá, as atividades ainda não andaram muito. Entramos em duas instâncias a civil e a criminal, mas a Justiça é muito lenta", comenta Ádamo Cruz, pai da pequena Laurinha.

Nem todas as pessoas envolvidas no caso foram ouvidas. "O processo está praticamente parado. Damos entrevistas, divulgamos esse caso na mídia e nas redes sociais para tentarmos fazer com que as coisas aconteçam. Precisamos da ajuda da população", afirma o pai.

Delegacia

Para o tio da bebê, Romeu Praciano, um dos momentos mais difíceis foi quando necessitou levar sua mãe para a delegacia. "Quando precisei levar minha mãe para dar o depoimento dela, não aguentei, chorei demais. Foi uma das piores horas, evitamos falar sobre o assunto, mas não aguentei", revela.

O movimento "Acorda Laurinha", que teve início nas redes sociais, é reconhecido por diversas pessoas. "Fizemos um grupo no Facebook para que os nossos familiares pudessem acompanhar mais de perto o que estava acontecendo. Alguns deles não moram nem no Brasil. Depois foram surgindo amigos dos nossos parentes, e o grupo tomou uma proporção gigante", explica o pai.

Objetivo da ação é fazer com que o mesmo caso não aconteça novamente. "Queremos que isso não ocorra com outras pessoas. Laurinha era um bebê perfeito, minha irmã fez o pré-natal certinho, por um descaso, por falta de atenção à vida das duas essa fatalidade sucedeu-se", relata Romeu Praciano.

Com mais de 100 mil adeptos, a iniciativa ajuda os familiares de Paulinha a superar as dificuldades. "Isso tem sido muito gratificante. Recebo mais de 50 mensagens por dia. Pessoas de várias partes do mundo as enviam. Teve uma vez que uma pessoa escreveu pra mim do Vaticano", conta Ádamo.

Falar sobre Laurinha é sempre emocionante. Seus familiares comemoraram cada pequena vitória da neném. Cada choro, cada demonstração de vida sensibiliza todos à sua volta.

A neném obteve algumas melhoras significativas, como ficar em casa, mas ainda permanece em estado de coma. "No dia 13 de fevereiro fez seis meses que ela está em casa. Para isso, tivemos que fazer uma reforma, temos uma UTI dentro de casa. Ela continua respirando por aparelhos e se alimentando por meio de sonda. Mas agora tem mais convívio com a gente e é rodeada de amor o tempo todo", relata seu tio, Romeu Praciano.

O quarto de Laurinha precisou ser todo readaptado para receber a bebê. "Tivemos que fazer uma série de mudanças para adequar essa UTI dentro de casa. O local conta com vários aparelhos: respirador, bomba injetora, aspirador, aerossol, máquina da tosse, entre outros aparatos. Além disso, ela precisa ser drenada de três em três horas", explica o pai da neném, Ádamo Cruz.

Aparelhos

Na "home care", a criança tem sessões diárias de fisioterapia e fonoaudiologia. Os aparelhos que a ela se conectam e auxiliam na respiração são acompanhados por equipe de médicos que se reveza nos cuidados. Uma equipe de enfermagem a acompanha 24 horas.

Os aparatos foram fornecidos pelo plano de saúde da criança. "Na verdade a gente tem um plano de saúde dos melhores. A cobertura é bem abrangente. A única coisa que o plano não cobre são os médicos especialistas e alguns exames, daí sai do nosso bolso mesmo", elucida Ádamo.

Informações do Diário do Nordeste


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