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Artigo | Está valendo a Lei do Murici - Pádua Marques

Um amigo que há muitos anos mora no estrangeiro me liga e entre os cumprimentos e as perguntas sobre a vida e as coisas pergunta como está indo o Brasil. Eu respondo assim depois de muito pensar, feito quem está andando sobre um chão cheio de gravetos, que por aqui a situação anda ruim e está correndo pra ficar insuportável. Em todos os sentidos tanto na economia, com milhões de desempregados, na segurança, onde a gente só sabe que vai, e na política, todo dia prendem um ou dois, gente de dentro do governo e no outro soltam.

E falando nesse negócio de “soltar” me ocorre registrar aqui e alertar a quem possa, sobre um fato ocorrido nesse final de semana em Parnaíba, quando um sujeito estuprou uma criança de dois anos. A criança morreu e o mau elemento depois de ser preso e prestar alguns esclarecimentos acabou sendo solto. A alegação da justiça, por enquanto, é de que ainda não existem elementos para incriminar esse criminoso, embora ele já tenha antecedentes. O sujeito é pai dessa criança. 

O Brasil está indo baixo pra implantar uma justiça cega entre sua população. Onde já se viu uma situação dessas e de tantas outras passando à frente de nossos olhos? O ladrão de celular, o político corrupto, o homicida contumaz, todos, praticam seus crimes e saem assim na moral, na melhor, horas ou dias depois, depois de prestarem esclarecimentos, na melhor, espalitando os dentes como quem sai da Churrascaria Amizade ali na rua Ceará.





O sujeito vem de madrugada da farra, com a cara cheia de cachaça, maconha, crack, o diabo a quatro, dirigindo um carro em alta velocidade, atropela e mata umas cinco pessoas e horas depois não aconteceu nada. Ele entra por uma porta e sai por outra achando graça e escoltado por uns desses advogadinhos de porta de cadeia, na melhor, na maior moral. E a prisão fica mesmo é pra quem vai pra debaixo do chão como defunto, deixando família desamparada. Meu Alá do céu! Aonde vai parar essa van sem placa?!

Todo mundo tem acompanhado essa Operação da Lava-Jato, assim como acompanhou o Mensalão e tantos outros escândalos financeiros e políticos no Brasil nos últimos dez anos. Os chamados crimes domésticos ou de família e aqueles típicos de regiões metropolitanas, feito os crimes de trânsito, a cada dia tomando conta das páginas da imprensa, esses se tornaram tão corriqueiros que até passam na televisão como programas de humor! 

Por aqui está se abrindo a perspectiva de se institucionalizar a Lei de Murici. Aquela que diz, cada um trate de si. É uma lei natural, selvagem, dos tempos das cavernas de Sete Cidades ou daquele monte de pedras lá em São Raimundo Nonato.Lei grosseira e que passa longe do grau de civilidade que eu até outro dia achava que nós havíamos alcançado. Em resumo, o Estado está abrindo uma brecha pra que, pela sua ineficiência, morosidade e burocracia sem fundamentos a própria população faça justiça com as próprias mãos. Nessa perspectiva o Estado vai justificar mais tarde o regime de exceção.

Pádua Marques - Escritor e Jornalista
Crédito de imagem: Dorivan Marinho/SCO/STF
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