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Lamento Caiçara | Teófilo Maia


Quando hoje vou no porto e vejo os velhos ferros de arrastão, sinto por dentro uma grande arpoada que dói lá no coração.
Estas praias em eras passadas, representavam uma aliança, dos meus tempos de pirralho e dos meus sonhos de criança.
O piar do gaivotal com o leme duetando.
O azul do céu com o mar naquele ponto se encontravam; peixe pulava pela barra; era cristal na luz do dia; até parece o amor que hoje só tenho pela Maria!

Êh! tempo que se foi. Te guardo no coração.
Adeus canoa arvorada, que pulava no maretão... 
Êh! tempo que se foi. Te guardo no coração, 
Adeus caçoeira boiada, pegando peixe no quebradão. 

Hoje tenho as mãos calejadas, do trabalho duro e cruel, só me restou esta sorte malvada, por giganga do bacharel...
Faço parte desse cardume, nas cozinhas tonto e perdido, sinto por dentro um nó de alçada e no peito uma saudade doída...
A cantoria lá da barra, hoje é tinir de metal...
no norte da boca da noite, escuto sirene de hospital, peixe só pula nos meus "óios", o que ainda me segura é a fé em Deus, é paz na guia.

Êh! tempo que foi, te guardo no coração.
Adeus canoa arvorada que pulava no maretão...
Êh! tempo que foi, te guardo no coração.
Adeus caçoeira boiada, matando peixe no quebradão.

(Uma realidade sobre os povos caiçaras aculturados e destroçados pelo poderio econômico)


Teófilo Maia, o caiçara.









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