EVITE ESSA ÁGUA
Vê se não demora.
Meu coração rubro
vai ficando cinza.
Vê se não repara
nesta voz tremida
que perde a clareza.
À noite meus olhos
desejam penar,
mas reprimo o fato.
Penar para quê?
De nada me vale
murchar por inteiro.
Poucas vezes deixo
o rosto beber
desta água salgada.
Quem se afoga nela
cedo ou tarde perde
o prumo na vida.
Carvalho Filho
02-04-2014
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MENINA RISONHA
Quem te vê sorrindo,
estátua do riso,
não percebe a máscara.
Há fissuras nela,
menina bonita,
que o mundo ignora.
Olhando de perto
se nota correr
a cobra de lágrimas.
Os pulsos abertos
em tempos passados
parecem bem vivos.
Já não somos sombras,
menina sem medo,
somos um segredo.
Eu te conto as chagas
destes olhos turvos
como rezo um Terço.
De um conto de Poe
pareces saída,
figura noturna.
Ignoro a Lua
pra seguir-te o passo,
pássaro funéreo.
Na falta do mocho
tenho a ti, visão
pura da Tristeza.
Dessa atmosfera
decadente apenas
teu rosto reluz.
Tudo mais descansa
entre as trevas densas
do meu coração.
Quem me vê parado
Não sabe o Tesouro
Que trago comigo.
Quem te vê chorando
não sente teu riso
maquinando dores.
Escrito em 02-04-2014
Revisto em19-04-2020
Carvalho Filho: assinatura literária do poeta e ficcionista Francisco das Chagas Souza Carvalho Filho. Natural de Parnaíba-PI, o autor também se dedica a escrever estudos sobre Literatura.
Confira nossa entrevista com a autor aqui: https://www.chavalzada.com/2018/01/ch-entrevista-o-escritor-carvalho-filho.html
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