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Anvisa não recomenda o uso de cabines/túnel de desinfecção contra coronavírus

Túnel instalado de Camocim
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou no dia 7 de maio uma nota técnica onde não reconhece a efetividade de túneis ou cabines de desinfecção contra o coronavírus e alerta sobre os perigos de sua utilização.

O órgão informou que não tem produtos saneantes regulamentados para tal uso e que esses equipamentos não são objeto de regulação dela.

Os aparelhos de desinfecção já foram instaladas em várias cidades do Brasil. Na imagem que ilustra essa postagem, vemos um túnel na cidade de Camocim. Além de Camocim, a cidade de Granja também recebeu a instalação de uma estrutura similar.

A nota técnica esclarece que, quando da aprovação de produtos saneantes desinfetantes, a Anvisa avalia sua aplicação em objetos e superfícies, mas não sua aplicação direta em pessoas. Que não existe, atualmente, produto aprovado pela Anvisa para “desinfecção de pessoas”.

Não foram encontradas recomendações por parte de órgãos como a ’’Organização Mundial
da Saúde (OMS), Agência de Medicamentos e Alimentos dos EUA ou Centro de Controle de Doenças dos EUA sobre a desinfecção de pessoas no combate à Covid-19, na modalidade de túneis ou câmaras. Igualmente, não existe recomendação da Agência Europeia de Substâncias e Misturas Químicas (ECHA) nesse mesmo sendo. Não foram encontradas evidências cientificas, até o momento, de que o uso dessas estruturas para desinfecção sejam eficazes no combate ao SARS-CoV-2, além de ser uma prática que pode produzir importantes efeitos adversos à saúde.

Ademais, tecnicamente, a duração do procedimento, entre 20 e 30 segundos, não seria suficiente para garantir o processo de desinfecção. Vale reforçar que esse procedimento não inativa o vírus dentro do corpo humano.
De forma geral, os produtos químicos supostamente utilizados nessas estruturas são eficazes para desinfecção exclusiva de superfícies, com exceção do ozônio.

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Quanto à finalidade da utilização dessas estruturas para desinfecção, não encontramos
fundamentação cientifica que a sustente. De acordo com a publicidade veiculada no Brasil, tal estrutura supostamente colabora para que as “pessoas fiquem protegidas de contaminação e proliferação do vírus mediante descontaminação do corpo e roupas”.
Sabe-se que as pessoas infectadas com SARS-CoV-2 carregam o vírus principalmente nas
vias respiratórias e que este é transmitido principalmente de pessoa a pessoa por:
i) gotículas respiratórias produzidas quando uma pessoa infectada tosse ou espirra e;
ii) contato com superfícies ou objetos contaminados.

Tem-se que a aplicação de desinfetante no corpo e roupa de pessoas não vai atingir (nem
deve) as vias respiratórias. 
Por isso, a recomendação de medidas de higiene pessoal e etiqueta respiratória devem
prevalecer para evitar a disseminação do vírus. Além disso, lavar as roupas depois de usadas é suficiente nestes casos.
Um problema adicional é que a utilização dessas estruturas pode dar às pessoas uma falsa
sensação de segurança e, desse modo, levar ao relaxamento das práticas de distanciamento social, de lavagem das mãos frequente com água e sabonete, de desinfecção de superfícies e outras medidas de prevenção.

Conforme a Nota Técnica n° 26/20201, existem diversos efeitos adversos à saúde relacionados aos produtos que estão sendo utilizados nessa modalidade de desinfecção de pessoas. 

Alguns desses efeitos são causados exatamente pelas próprias características do produto. A exposição repeda pode induzir reações alérgicas que, em alguns casos, podem ser severas. 

Para além, a pele é importante barreira do corpo humano que impede a penetração de alguns patógenos e substâncias químicas. A exposição dela a produtos químicos produzidos para outra finalidade, gera fragilidade que podem resultar em rachaduras e lesões, favorecendo a penetração de microrganismos no corpo.

Alguns dos efeitos adversos à saúde dos produtos químicos utilizados são os que seguem:

Hipoclorito de sódio: é um produto corrosivo, podendo causar lesões severas dérmicas e
oculares, além de produzir irritação nas vias respiratórias. Não deve ser misturado com outros produtos, pois o hipoclorito de sódio reage violentamente com muitas substâncias químicas e pode potencializar os efeitos adversos.
Peróxido de hidrogênio: a inalação aguda pode causar irritação no nariz, garganta e trato
respiratório. Em altas concentrações do produto, pode ocorrer bronquite ou edema pulmonar.
Quaternários de amônio: pode causar irritação de pele e das vias respiratórias e
sensibilização dérmica, mas não é corrosivo. As pessoas que se expõem constantemente aos produtos podem desenvolver reações alérgicas.
Ozônio: a exposição leve a moderada ao gás ozônio produz sintomas do trato respiratório
superior e irritação ocular (por exemplo, lacrimação, queimação dos olhos e garganta, tosse improdutiva, dor de cabeça, dor subesternal, irritação brônquica, gosto e cheiro acre). Exposições mais importantes, como as observadas em ambientes industriais, podem causar desconforto respiratório significativo com dispneia, cianose, edema pulmonar e hipotensão, podendo levar a óbito. O ozônio pode exacerbar o comprometimento das pequenas vias aéreas de adultos fumantes. O ozônio é um gás comburente que
pode acelerar fortemente a ignição e aumentar os riscos de incêndio.

Por fim, conforme as disposições da legislação em vigor, os produtos saneantes
desinfetantes devem ser aplicados em superfícies fixas e inanimadas, ou seja, bancadas, pisos, paredes, objetos, etc., mas nunca diretamente nos seres humanos.

Confira uma matéria em vídeo do G1

Confira a nota na íntegra clicando aqui


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