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Menino Mário e o Parnahyba Sport Club | por Marcello Silva

Foto: Reprodução/Tubarões da Cahab

Tem coisas que a razão humana não é capaz de compreender, que fogem às regras, conceitos ou argumentos e a paixão pelo futebol é uma dessas coisas que move o ser humano além da sua capacidade racional, deveras. "O pé não responde ao cérebro, o pé responde ao coração! ao coração!” como disse Jorge Iggor em sua épica narração.

Longe dos holofotes das grandes competições, movidas a quantias monetárias inimagináveis com ricos jogadores e transmitidas em tempo real aos ‘quatro cantos do mundo’, existe um campeonato, existe um time centenário e existe seu Mário, um menino de aproximadamente 70 ou 80 anos torcedor do Parnahyba Sport Club. Quem não gosta de futebol, certamente não irá entender o porquê que um senhor nessa idade pega um ônibus lotado de Parnaíba até Teresina, percorrendo aproximadamente 340 km para assistir um jogo de futebol numa quarta-feira, assim como também não entenderá seu grito e seu choro de menino no alambrado do estádio Lindolfo Monteiro quando da classificação da sua equipe à final do campeonato.

Assim é o futebol, essa paixão, o ópio do povo, o inexplicável. Parnahyba Sport Club, o primeiro clube de futebol do Piauí, fundado em 1913. O Tubarão como é conhecido, não tem se saído bem nos últimos cinco anos na competição estadual e a previsão dos “especialistas” que esse ano o Parnahyba iria lutar para não cair no estadual. De fato, parecia se concretizar tal previsão, com problemas extras campos, composição de nova diretoria, pré-temporada curta e um time desconhecido, nem sequer foi apresentado ao torcedor que cobrava mais transparência em todos os aspectos da gestão e condução do futebol. Inicio de campeonato e os resultados positivos não vieram, ao contrário, o tubarão passou a frequentar a zona de rebaixamento, sofrendo goleadas incomuns. Mas tem que se respeitar a história de um clube centenário e com a rápida ação da diretoria, foram feitas dispensas, contratações e mudanças de postura, acima de tudo. Tem que respirar o espírito e a história desse clube para vestir essa camisa. Contra todos e tudo, Parnahyba chega à final e, independente do título ou não, o orgulho do time foi restaurado com as vagas na Copa do Brasil e Série D 2023. Parnahyba não é só um clube, uma cidade, mas a história de um povo que ama futebol.

O que falar de Sr. Mário, membro do torcida Tubarões da Cohab? O seu grito no alambrado do Lindolfo Monteiro é uma crônica por si só, como diria Nelson Rodrigues uma torcida pode servir como alimento existencial do time, que “precisa sentir, atrás de si, o berro da torcida. A ausência dessa torcida representa a solidão. Sem uma torcida fiel, plena de amor, um clube envelhece, agoniza e morre”. Enquanto existir meninos Mários chorando, pulando e gritando pelo tubarão, Parnahyba Sport Club sobreviverá a qualquer intempérie.


SILVA, Marcello





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